quinta-feira, outubro 06, 2005

O meu espirito anda perdido...II

Uma das coisas que mais me questiono e que mais penso é se realmente não tenho valor algum para as pessoas que me rodeiam…ou se o tenho se esse valor serve para algo. Se calhar sou uma pessoa demasiado egoísta e peço demais dos outros…mas o único que eu peço é que se perguntem “Afinal o que é que ele quer? O que é que ele sente?”, e tentarem compreender-me. Penso que não é tão difícil assim, e se tentar-mos conciliar aquilo que eu quero com aquilo que os outros querem, o que não consigo, e cada vez menos forças me deixa é ter que fazer apenas o que os outros querem.

Quando me refiro a “Fazer” não é fazer uma coisa, um acto, uma atitude, mas sim a viver, a vida tem ser vivida de forma a conciliar aquilo que eu quero, com aquilo que tu queres, e com aquilo que ele ou ela quer, ou seja um conjunto de vontades, e para isso há que abdicar de coisas que até então se tinha ou fazia e construir novas coisas que completem as pessoas.

Sou daquelas pessoas que de certo modo defende o lema “deixar tudo por amor”, mas em caso algum se pode deixar tudo por amor, e a outra pessoa não fazer o mesmo, isso seria para nós ao fim de alguns tempos pior que o suicídio, a angustia entraria em nós como algo dominador acabaria por nos matar, porque deixaríamos de ser nós mesmos. Bom, isso quanto a mim aplica-se também ao resto na vida, todos temos que deixar algo. Não se pode pedir a alguém que deixe de parte aquilo que sente.



É nesse contexto que me sinto desgarrado espiritualmente, esforço-me por ceder aquilo que sou para ajudar as outras pessoas a sentirem-se bem, a serem felizes, mas sinto que não é isso que acontece da parte delas, e não falo de ninguém em particular, mas da maioria que me rodeia. Isso causa-me ainda um maior transtorno quando penso que isso pode-se dever a que já não se interessam por mim, que já não se sentem bem por estar comigo, que já não gostam de mim, e que a qualquer momento posso ficar definitivamente sozinho. Sei que parece exagerado, sobretudo para os meus amigos que estão a ler isto neste momento, mas definitivamente é o que sinto, é como me sinto. Gostava de agradar a todos, fazer todos felizes, mas se calhar para isso teria que me perder, deixar de ser eu mesmo, mas isso seria perder a minha personalidade, não seria mais eu, e se é difícil muitas vezes gostarmos de nós mesmo quando somos nós, penso que seria impossível gostar-mos de nós se fossemos outra pessoa.

Cosmic

1 comentário:

Pecola disse...

É preciso ter força. :)