quinta-feira, abril 10, 2014

Objectivo de vida - Mensagem do pápa Francisco.

"Não chores pelo que perdeste, luta pelo que tens. Não chores pelo que está morto, luta por aquilo que nasceu em ti. Não chores por quem te abandonou, luta por quem está contigo. Não chores por quem te odeia, luta por quem te quer. Não chores pelo teu passado, luta pelo teu presente. Não chores pelo teu sofrimento, luta pela tua felicidade. Com as coisas que nos vão acontecendo vamos aprendendo que nada é impossível de solucionar, apenas siga adiante."

Mensagem do papa Francisco, realmente este homem tem uma grande sabedoria e preenche os corações das pessoas.

quinta-feira, março 27, 2014

Dor

A dor faz parte do dia a dia do homem desde a própria história do homem. Não falamos aqui apenas na dor física, mas de todo e qualquer tipo de dor, a física é apenas uma das suas formas, mas existe ainda a dor psicológica e a fé a dor espiritual.
A dor em qualquer uma das suas acepções serve como principal bloqueio ao nosso normal desenvolver do dia a dia, de que se possa seguir em frente e até mesmo evoluir.
A dor obviamente está associada à capacidade de sofrimento de cada um, mas ninguém conseguirá sofrer por tempo indeterminado e na solidão por muito forte que seja o indivíduo e por muito capacidade de sofrimento que se tenha.
Aquele ou aquela que tente aguentar a dor sozinho apenas conseguirá chegar a um ponto de frustração elevado que bloqueia o caminho para a felicidade. Com isso a dor aumenta e com ela o sofrimento.
Cabe-nos a nós como primeiro passo reconhecer a dor e as suas causas, ao ser consciente disso devemos apoiar-nos na família, nos amigos (aqueles que realmente o São) e em conjunto lutar por ultrapassar essa dor, criando mecanismos de auto-ajuda e de ajuda dos outros, este processo releva ainda vários factores importantes, são eles a confiança, no próprio e nos outros, a lealdade, a fidelidade, e claro está no Amor.
Ultrapassar a dor pressupõe ultrapassar o passado, passar a receber o futuro que a cada segundo se converte em presente. Como é óbvio o passado faz parte da vida de cada um, mas deve apenas servir como guia para não cometer erros repetidamente, algo em que o homem é perito, pois o homem é o único ser capaz de tropeçar duas vezes na mesma pedra, sobretudo quando vive no passado e não utiliza esse passado para não cair de novo nos mesmos erros. Mas o que é que nos prende de tal forma que nos prende tanto a esses factos do passado? Podem ser diversas coisas, pode ser a própria cultura em que se está inserido que não ensina a ver para além, mas com a globalização temos visto que muito lentamente esse aspecto vai mudando, nem sempre para melhor, mas sempre muda algo, depois temos vários aspectos das próprias pessoas, e em regra o que mais se destaca para voltar a repetir erros que provocam sofrimento e dor diversas vezes é o "orgulho", imensas pessoas têm esse problema, o orgulho é um bloqueio tremendamente forte ao desenvolvimento humano e à felicidade, e um desencadeante de dor, não só no próprio individuo mas também nos outros com quem se relaciona.
Quantas vezes uma pessoa não faz algo porque o seu orgulho faz com que não queira parecer fraco, quantas vezes não se desiste de lutar por algo por orgulho, deixando em nós marcas profundas e causando uma Dor que esmaga qualquer um. Há quem defenda que isso faz parte do amor próprio, mas não é de todo assim, o amor próprio é gostar e acreditar em nós mesmos, lutar por aquilo que queremos, perseguir aqueles que amamos e dar o máximo se sentimos que podemos perder essas pessoas, é correr atrás delas se sentimos que elas são um pilar da nossa vida e que podem sair dela, por sua vez o orgulho não tem nenhuma carga positiva, bloqueia o próprio amor próprio pois ninguém que goste de si mesmo prefere o sofrimento em vez da felicidade. 
Assim é inegável a necessidade de viver o presente em vez do passado, de ir atrás do que se quer mostrando a fortaleza e a coragem da vontade de ser feliz em vez de por orgulho aceitar a dor por pensar que determinados actos são uma fraqueza. Lutar por aquilo que se pretende, dentro dos limites da dignidade de cada um e dos outros, nunca é nem será uma fraqueza, mas sim um grande ponto de progresso no caminho da felicidade e um grande passo no combate a dor.

AMAR

"Gostar não basta. . .
É necessário Amar... gostar é morno, é mais ou menos, Amar significa envolver- se, apaixonadamente. Amar significa que é uma questão de vida ou morte. O AMOR significa intensidade, totalidade."

Sinceramente é isto mesmo que eu penso.

domingo, fevereiro 23, 2014

Sonho ou realidade

A emoção embarga-me a alma
O tacto da minha pele está intensificado
O olfacto apurado faz-me perder a calma
A cabeça pede frieza mas o coração está do seu lado.

A luta começou e o desejo parece mais forte.
É necessária coragem para domar o indomável,
A cabeça diz que não é sorte
Mas sim uma entrega pura e fiável.

É necessário acreditar que pode ser possível
Abrir os olhos e ver que se está a acordado,
Não é um sonho impossível
Mas sim a realidade de ser amado.

domingo, fevereiro 02, 2014

Energia

Nós enquanto pessoas vivemos em torno a energias. Temos energias internas e energias externas. Como internas aquelas que são nossas, que de alguma maneira controlamos ou pelo menos temos a noção do que está por detrás delas, depois como externas temos todas que nos são transmitidas pelos outros com quem convivemos no dia-a-dia, pelos acontecimentos profissionais, sociais e de lazer, ou até os que nos são transmitidos pela própria natureza.
Nas energias internas temos a energia física, a que sentimos dia a dia e que mais rapidamente nos apercebemos do seu estado, se estamos cansados, se estamos com muita vitalidade, se a nossa motricidade está mais lenta ou mais rápida, tudo isso está relacionado com a energia física, mas depois temos a energia psicológica, esta está sobretudo ligada ao nosso Eu interior, à capacidade do nosso cérebro trabalhar mais ou menos, mais depressa ou mais lentamente, e esta energia psicológica influencia claramente a energia física, pois se psicologicamente as nossas energias estão em baixo ou reduzidas o nosso próprio corpo não responde da mesma maneira, o animo existente faz com que nos sintamos sem forças, no entanto se o nosso nível psicológico estiver alto sem duvida o nosso organismo e mesmo em situações de stress físico responde de maneiras muitas vezes inexplicáveis pela própria ciência. Isto não vem de hoje, e já na Roma Antiga tinham a noção de “Mente Sã em corpo São” pois tinham plena consciência que tudo está interligado.
No entanto Homem não é um ser que viva isolado, que viva por si só, o Homem é um ser que vive em sociedade, relaciona-se com outros seres da sua espécie, ou seja com outros Homens, e com tudo o que o rodeia e ligado a natureza e sua envolvente. Com isto as suas energias internas são constantemente bombardeadas com energias externas, a que geralmente chamamos estímulos, e estes fazem-nos reagir (ou não, que apesar de tudo não reagir também ode ser entendido como uma reacção) e nos afectam de imensas maneiras. Se alguém nos transmite energias que consideremos negativas vão-nos influenciar negativamente tanto no comportamento com essa pessoa como até mesmo com todas as outras. No entanto se alguém nos transmitir energias positivas isso vai-se reflectir também em nós, cria-nos um bem-estar psicológico e pelo mesmo motivo físico, e são estes os estímulos e as energias que realmente devemos dar valor.
Em regra, o homem tende a valorizar as energias negativas, quer porque o afectam negativamente quer porque a dor tende a ficar mais marcada na memória, mas seria importante para todos nós enquanto pessoas, enquanto sociedade, inverter isso e passarmos a valorizar muito mais as energias e os estímulos positivos, pois daí retiramos os amigos (os verdadeiros amigos), os nossos amores, as nossas paixões e que no fundo nos dão razão a nossa existência por mais fugazes que sejam.
Por vezes as energias negativas criam-nos frustrações, situações limite em que agimos irreflectidamente e nos prejudicamos a nós próprios e a terceiros, sendo que essas energias negativas são fruto de sonhos irrealizados ou não concretizados, do querer e não poder. No entanto a volta de tudo de existem também as energias positivas, com isso devemos pegar e pensar se não será melhor deixar as energias negativas e aproveitar essas positivas com as quais vivemos melhor, com mais qualidade de vida, com mais alegria, com mais garra e atitude. Evidentemente que essa deve ser a atitude, se não podemos concretizar um “sonho” acordemos desse e partamos para outro, a vida é constante movimento, com esse movimento nós podemos utilizar a nossa mente para nos focalizarmos no que temos de bom na vida, nas energias positivas que temos, das nossas vantagens competitivas (aplicando aqui um pouco de termos económicos) e transformar a nossa vida real numa vida de sonho, mas o nosso “sonho real”.
É preciso ter assente que nada deste processo é simples, que é linear ou rápido, tudo tem a sua morosidade, mas é preciso ter a firme convicção que no final a recompensa será grande, seremos mais felizes e faremos todos os que amamos (família nuclear, família em geral, amigos, colegas de trabalho, etc…) mais felizes porque estaremos a transmitir energias positivas e apesar que sempre em algum momento da vida nos podem surgir duvidas, se seguirmos essa linha podemos ultrapassa-las de maneira saudável e cada vez mais rápida.

As energias do Homem são, e ainda bem que são, renováveis, é preciso descobrir a chave para as recarregar e renovar. Pensem sempre de tudo o que lhes acontece, de tudo que têm na vida o que têm de bom, por muito pouco que pareça, e peguem nisso para anular tudo que há de mal e negativo, assim renovaram energias e poderão SENTIR, AMAR e no fundo e mais importante VIVER FELIZES e REALIZADOS.

terça-feira, janeiro 28, 2014

Explosão de sentimentos

Apesar de diversos artigos que tenho em trabalho, hoje não escrevo bem um artigo, hoje escrevo mais sentimentos. Estou farto de pensar, de ter a cabeça a trabalhar a uma velocidade de cruzeiro, farto de tentar entender coisas que não são fáceis de entender, farto de tentar fazer entender coisas que estão a vista, mas que o coração com a emoção esconde da razão. Estou farto de me lembrar do que os outros não se lembram. Os sentimentos são complexos, misturam-se com a razão e nublam-nos a visão, fazem-nos esquecer o que já sentimos, fazem-nos viver nas sombras no negativo das memórias, em vez de nos trazer a felicidade pela beleza dos bons sentimentos passados. 
Estou farto de parecer adormecido quando na realidade tenho um leão dentro cheio de vontade de rugir e abafar todos os males. Estou farto de estar em terra a perto de quem não se interessa em vez de voar nas asas de uma águia capaz de me levar ao céu livre e apaixonante. 
Sinto o meu coração latir com força mas com receio de perder o que tanto trabalho deu conquistar, ou será que foi ele o conquistado? Uma dúvida que nem a razão sabe responder. 
Quero o sol, quero explodir de emoção, ver olhos a brilhar com os raios solares que entram pelos olhos e aquecem o coração, que aquecem a alma e nos mostram o caminho da Felicidade que anula a dor e o sofrimento. 
Peço a razão que me deixe ser livre, que não me prenda as sensações e as emoções do coração. Será que ela me escuta? Não sei. Amo a vida, amo os meus pais, amo a minha mulher e a minha lindíssima filha. No fundo todos os sentimentos fazem-me parecer perdido, mas na realidade apenas estou adormecido.

sexta-feira, janeiro 24, 2014

ABRIR O CORAÇÃO – AMAR VS PAIXÃO

Hoje em dia vivemos numa sociedade que complica em demasia as relações, por um lado porque as pessoas relacionam-se mais com o trabalho e com a vida profissional que com as próprias famílias e/ou relações sentimentais, por outro porque as tecnologias têm roubado o olhos nos olhos que é tão importante na hora de comunicar e de abrir o coração, sendo essa uma das premissas indispensáveis do amor, e por essa razão também das relações.
Ninguém pode amar outro se não for capaz de lhe abrir o coração, dizer o que sente e o que pensa para que a outra pessoa faça o mesmo. Uma relação baseada apenas na atracção e no desejo, aqui falo claramente numa relação amorosa de casal, tenderá ao fracasso se o casal não aprender a comunicar, a abrir o coração e se não forem puros, leais, francos um com o outro.
Obviamente que numa relação forte deste tipo tudo nasce com a conjugação de atração, desejo, uma certa adoração, o ritmo coração e a vontade de estar sempre com a pessoa elevados, que numa definição básica se define por paixão, que é a forma em que todos os sentimentos que envolvem o amor estão bem latentes, estão a flor da pele. Mas Amar é só isto? É só estas emoções? Estes instintos e desejos? Claramente não, amar é muito mais, e só nos iremos aperceber disso quando uma relação for duradoura, tiver passado por muitas etapas, umas muito boas outras mais negativas, em que como é natural a paixão esmorece, fica como adormecida e sentimos que não temos essa paixão. Será isso o fim? Novamente a resposta é não, com o passar do tempo a relação se seguiu o seu rumo natural consolidou-se, o amor está lá mas transformou-se, sentimos que queremos muito aquela pessoa à nossa beira, temos uma confiança e sentimentos de lealdade e fidelidade para com essa pessoa enorme, para além da cumplicidade e temos projetos de vida em comum, isso é o AMOR.
Isso acontece as duas pessoas exatamente ao mesmo tempo? Pode acontecer mas não tem que ser assim, cada um tem os ritmos e as suas emoções bem como maneiras muito próprias de as viver, e por isso uma das pessoas pode ter deixado de sentir aquela paixão naquele momento e a outra ainda manter esse sentimento. Com isso quer-se dizer que um ama mais que o outro, ou que um é mais leal que o outro? Obviamente que não, o Amor não se mede, sente-se e se uma pessoa ama outra deve aceitar a maneira como a sente, não tem que sentir que não merece a outra porque a outra a ama de maneira diferente (que pode parecer maior) nada disso, deve sim amar, assumir que ama e lutar para que esse amor seja forte e duradouro.
E como ficamos com a paixão? A paixão por diversos motivos, profissionais, acontecimentos da vida que mexem com o nosso psicológico, imensas coisas, pode esmorecer, pode adormecer, mas a qualquer momento se houver vontade pode ser trabalhada e voltar, mas aí não cabe a apenas um só, é um caminho que o casal deve percorrer junto e encontrar esses momentos de paixão, e digo momentos porque podem de novo adormecer, mas se encontrarmos o caminho uma vez, poderemos voltar a encontrar as vezes que entendermos, porque no fundo a Paixão faz parte do AMOR e não o contrário.
Maneiras de reavivar a paixão, de magnificar esses momentos de amor, são sem duvida o lutar por isso, mas sem complicar, o procurar aproveitar cada momento junto, procurar fazer atividades que realizem os dois, o passear de mão dada, o sair com amigos para tomar um café, nos momentos em casa ser o mais natural nas suas atividades diárias, o olhar para a outra pessoa com carinho e ao mesmo tempo mostrar que se gosta dela, por vezes uma olhar maroto (que faço o outro sentir-se desejado) ajuda. Fazer pequenas surpresas com regularidade, um pequeno-almoço na cama, um jantar com luz de velas (mesmo que haja filhos, eles vão adorar também), ouvir um pouco de musica os dois, conversar sobre banalidades, aproveitar num dia de inverno para ver um filme juntos no sofá, todos esses momentos podem fazer a paixão reavivar a qualquer momento porque unem as pessoas, e no fundo a paixão é mesmo fruto dessa união, é o desejo incompreendido de querer estar com a outra pessoa.

Por isso Amem-se, e se estão naquele momento em que a paixão está adormecida não desistam nem pensem que tudo acabou, abram o vosso coração mais que nunca a outra pessoa e trabalhem por viver o melhor possível os vossos momentos e a paixão será reavivada de certeza. Mas não se esqueçam, acima da paixão está o AMAR, e isso inclui respeitar, ajudar, compreender, ser fiel, ser leal e sobretudo sendo livre entregar-se ao outro.

domingo, janeiro 19, 2014

Felicidade, ambição e evolução

Felicidade é um conceito subjetivo, quase anárquico pois não obedece a qualquer regra já que cada pessoa tem a sua própria definição de felicidade. Pode mesmo ser ambíguo, a felicidade de uns pode ser infelicidade para outros. No entanto a história do homem desde que é conhecido como ser racional está definida como uma história de busca incessante da Felicidade. Todo Homem quer ser feliz e os seus objetivos de vida são marcados com o intuito de o conseguir.
Mas o que é que nos faz querer encontrar a Felicidade? Na realidade tudo se resume a ambição de cada pessoa. E que é isso da ambição? No fundo trata-se do desejo forte por conseguir obter fortuna, glória, fama ou tudo aquilo que não se tenha até ao momento. Em regra diz-se que as pessoas com fortes ambições são trabalhadoras, lutadoras, quase guerreiras e que em casos extremos não olham a meios para atingir os seus fins.
O homem como ser que se encontra na face da terra há milhares de anos, sempre foi movido pela ambição, e foi essa ambição que fez o homem e as sociedades e culturas fossem evoluindo, assim podemos dizer que a evolução é fruto da ambição. Nos últimos milénios a evolução do homem foi sem dúvida explosiva, culturas como a egípcia, chinesa, grega, romana e algumas mais introduziram pilares que fizeram as civilizações evoluírem até ao que somos hoje.
Mas porque é que o homem tinha a necessidade de criar novas teorias e bens, porque tinha necessidade de evoluir, isso faz parte da ambição de ser feliz, de encontrar o bem-estar de se sentir realizado em todas as feições da sua vida.
Quer isto dizer que quanto mais ambicioso se for mais feliz se será ou se atingirá a felicidade de uma maneira mais rápida? A resposta é de todo negativa. A ambição é positiva para crescer, para querer algo mais e evoluir, mas não é garantia para obter a felicidade, muito menos se a ambição for desmesurada, a prova está que ao longo da historia a grande parte das civilizações que referi anteriormente foram desmembradas e dizimadas pela ambição interna, em que os seus próprios membros na anciã de poder deixaram de pensar na felicidade como ato comunitário mas sim como egoísta procurando o seu EU alimentando invejas e traindo os seus pares.
Por outro lado a mesma ambição desmesurada nos dias de hoje faz com que as sociedades se esqueçam que vivem em sociedade e dos princípios e valores do querer e viver pelos outros, trabalha-se em nome do sucesso, vive-se em correria e azafamas por forma a ter cada vez mais bens materiais, trabalha-se de sol a sol, e não valorizamos as pessoas, e sobretudo as famílias, muitas vezes a tal ambição faz com que nem sequer se queira ter família, não estou aqui a querer julgar isso, nem fazer qualquer julgamento de juízo mas a constatar que isto é fruto da ambição. Já ouvi por diversas vezes pessoas dizerem que têm sucesso profissional, têm imensos bens materiais de imenso valor e que alguns nem sonham poder vir a ter e ao fim dizerem que mesmo assim não conseguem ser felizes. Ainda assim a sua ambição dita-lhes que se conseguirem algo mais irão encontrar a felicidade que não têm.
É este apego desmesurado que corrói a nossa sociedade, cada vez temos mais coisas, mais dinheiro (apesar de hoje em dia e sobretudo no caso de Portugal vivermos épocas especialmente difíceis por culpa de (des)governantes que temos e tivemos) e ainda assim nunca estamos satisfeitos.
A felicidade não está na quantidade de coisas que temos, nem no estatuto ou poder que obtivemos mas sim no valor que atribuímos as coisas e sobretudo a VIDA. Lembro-me da história de um “velhinho” que no seu leito de morte e rodeado pela sua família, esposa, filhos e netos dizia:
“- Não fiqueis tristes por eu partir, durante 40 anos trabalhei para o mesmo patrão, a fazer a mesma coisa, dia após dia, após isso dediquei-me a tratar dos nossos campos até hoje, não viajei muito, e o que conheci foi o que a vida me proporcionou, no entanto sinto que tive uma vida plena, vivi com uma mulher que dedicou a sua vida a trabalhar, e a sua família, tivemos os nossos filhos que vi crescerem e tornarem-se adultos e pessoas de bem e trabalhadoras, tenho netos lindos, com o fruto do meu trabalho e da minha amada esposa nunca vos deixamos passar fome. Não tivemos riquezas, nem grandes bens, mas sempre que as dificuldades surgiram apoiamo-nos mutuamente e cada momento que passamos juntos foram momentos únicos, umas vezes rindo, outras chorando, mas únicos e com aqueles que me amavam incondicionalmente, por isso agora na hora de partir posso dizer que FUI FELIZ. Fui feliz pela esposa que tive, e não pelas que não tive, fui feliz pelos filhos que tive, pela vida que tive enfim fui feliz por cada momento que vivi. Por isso não fiqueis tristes mas sim felizes pelos momentos únicos e inesquecíveis que me proporcionastes. Por isso o meu sincero Obrigado!”
Para os mais materialistas podem dizer que este senhor não tinha ambição na sua vida, mas se lermos com atenção ele foi dos mais ambiciosos, a ambição dele foi valorizar os momentos que viveu e as pessoas que amou, tudo isso lhe proporcionou a felicidade, não precisou de grandes bens, nem de poder, apenas necessitou de se valorizar a si e a vida que teve.
Então podemos dizer que a felicidade depende da ambição e por conseguinte provoca a evolução, mas não é a ambição por poder ou por ter cada vez mais, mas sim ambicionar sentir cada momento com intensidade, valorizar esses momentos, valorizar o que temos em nossa posse e as pessoas que temos e que cada dia mostram que nos amam. Se valorizar-mos mais as pessoas que não temos e os bens que não temos em detrimento daqueles que temos chegaremos ao fim da vida com a sensação que perdemos o tempo em busca de algo inalcançável, ou que a felicidade não existe, quando na realidade fomos nós que não soubemos vê-la.

Assim vivam, amem e desfrutem de tudo que os rodeia, de quem os ama e tudo faz para cada dia para o demonstrar, não tenham medo de ter mais, mas não sofram se não o obtiverem, ser feliz está em desfrutar no que se tem. Se forem conscientes disso estarão mais próximos da felicidade seja qual for a sua definição.