Emoções, todos as sentimos, todos as
vivemos, ainda que cada um à sua maneira, pois varia consoante o temperamento,
a personalidade e até a motivação de cada pessoa. As emoções são as que nos
levam a rir, chorar, comer, abraçar, correr e saltar, enfim são as que nos
impulsionam no dia-a-dia, mas ao mesmo tempo todas as nossas acções e ou
estímulos exteriores fazem com que se gerem em nós novas emoções, demonstrando
assim que as emoções e as acções estão interligadas e existem em ciclo, uns
dependem dos outros assim como uns influenciam os outros.
No campo das relações interpessoais as
emoções têm um papel preponderante, são as emoções que nos dão uma perspectiva
sobre as pessoas, numa primeira fase serão as emoções intuitivas, em que a
intuição joga um papel fundamental nos primeiros contactos, no entanto as
sensações que vamos obtendo conforme vamos conhecendo as pessoas e
relacionando-nos com elas convertem as emoções em emoções cognitivas, e na
realidade estas serão muito mais validas que as emoções intuitivas, obviamente
teremos amigos e pessoas que desde o primeiro momento gostamos ou não apenas
pela nossa intuição e assim se manterá, mas também muitas vezes com o conviver
e dia a dia as emoções cognitivas mostram-nos perspectivas diferentes das
pessoas ou então e, se calhar em muitos casos, mais importante realçam e
aumentam as primeiras emoções.
Durante a o desenvolver das relações todos
os dias (para não dizer a todas as horas, ou mesmo a todos os segundos) vão-se
vivendo emoções cada vez mais fortes, e essas emoções são as que fazem querer ter
as outras pessoas perto de nós. Quando estamos perante um verdadeiro amigo
sentimos confiança, confiança nessa pessoa mas também em nós, sentimos que
podemos partilhar e que essa pessoa faz parte da tua vida porque quer, porque
sente as mesmas emoções, e não porque espera algo em troca, não se faz algo à
espera de gratidão, mas porque vamos ajudar alguém que é importante para nós e
só por si as emoções sentidas nisso são tremendamente gratificantes. Isso é sem
duvida a verdadeira amizade, saber que podes contar com o Amigo apenas pelo
amor-amigo (peço desculpa pela utilização deste termo utilizado, por uma pessoa
que me inspirou, num seu artigo).
No entanto as emoções mais fortes são as
vividas em dois tipos de relações, uma e a primeira e que se dá a nascença é a
relação paterno-filial, em que Pais e Filhos têm laços que os unirão para o
resto da vida (ou assim deveria ser partindo do suposto que todos são humanos e
com sentimentos humanos), o primeiro colo que um pai/mãe dá aos seus filhos é indescritivelmente
um momento cheio de emoções e que ninguém poderá roubar ou destruir, e desde aí
ao longo da vida nessa relação serão vividas emoções que levarão ao
desenvolvimento social dessas pessoas de uma forma madura, não só aos filhos
mas também aos pais, pois apesar de os pais terem que ensinar muito aos filhos
os pais também aprendem muito com os filhos. O outro tipo de relação em que são
vivenciadas emoções muito fortes são as relações de casal, para alguns podem
ser fortes num primeiro instante para outros será ao longo do desenvolvimento
da relação, com isto não quer dizer que uma seja mais intensa que outra, apenas
que se inicia de maneira diferente. Essas emoções fortes vividas num casal são
sem dúvida as que fazem com que esse casal queira ter projectos em conjunto,
desenvolver uma vida juntos e caminhar de mãos dadas. A emoção mais forte entre
um casal sem dúvida é a paixão, e essa não se pode fingir, sente-se, vive-se e
não é uma forma diferente de amar, é sim uma parte do Amor.
Com o tempo as relações vão crescendo
evoluindo, e algumas emoções transformam-se, mas é uma transformação evolutiva
que tal como o homem evolui os seus sentimentos e emoções também o fazem, e isso
não significa que se deixou de amar, ou que foi de inicio acabou, ou que até
nunca existiu, nada disso, apenas o tempo com as vicissitudes da vida e porque
a memória de cada pessoa não tem um registo infinito fez esconder no baú das recordações
nem nos lembramos do que sentimos, daquelas emoções e sensações que te
motivavam cada dia e que eram tremendamente intensas e fortes e que te faziam
lutar a cada dia por essa relação. Significa isso que não se poderá voltar a
sentir essas emoções? Claro que não, cada relação deve ser trabalhada dia a dia
para que se mantenha ao longo da vida, e numa relação de casal isso está muito
mais patente e se “for trabalhada no sentido de trazer o melhor para ambos de
uma forma que seja agradável para ambos e que respeite a individualidade de
cada um…meus amigos, não só o amor se transforma naquelas pilhas que eram publicitadas
e se dizia duravam e duravam e duravam, como até a paixão volta em todo seu esplendor.”
(Pratas, Sónia, 2013:137).
Isto quer dizer que mesmo que por vezes os
casais se esqueçam do que viveram, das emoções que sentiram, mas estiverem
decididos a trabalhar e conjunto por si poderão voltar a viver emoções
tremendamente fortes e intensas, que podem não ser as mesmas mas serão sem dúvida
da mesma consistência, ou talvez ainda mais consistente pois nasce “da
felicidade que sentimos por termos alguém a nosso lado mas continuarmos a ser
nós próprios e a viver novos desafios, canalizando todo nosso amor e todo nosso
desejo que ainda sobra de todas as nossas atividades direitinho para aquela
pessoa” (Pratas, Sónia, 2013:137).
Obviamente ao longo das relações haverá
momentos em que acontecimentos como sejam as brigas, o stress profissional,
frustrações que a própria vida da sociedade nos vai provocando, ou até mesmo
acontecimentos que têm a ver apenas com uma das pessoas mas que mexe e
influencia negativamente nessa pessoa coloca em causa tudo isso, mas cabe a
cada um reflexionar e tentar chegar ao seu eu interior que fez viver tudo que
se referiu atrás, avaliar e ver que se antes foi feliz e estabeleceu essa
relação será importante trabalhar e lutar por que isso volte e em vez de
guardar no baú da memória o bom que vivemos, devemos guardar no baú o que nos
aflige e ter bem presente as recordações positivas e que nos transmitem felicidade.
Tudo isto pode parecer redundante e repetitivo mas não o é, ou pelo menos não
dessa maneira, é repetitivo porque o ciclo das relações é repetitivo, tem altos
e baixos, e cabe-nos a nós aproveitar os altos e alimenta-los e nos baixos
trabalhar para regressar aos altos e isso aplica-se a todas as relações, não
apenas as de casal, a todas. Devemos derrubar os obstáculos que nos bloqueiam
quando estamos em baixo e nos distanciam, e levantar o forte que une as
pessoas e que as aproxime.
Vive as emoções em cada dia, desfruta-as, as emoções que vives hoje amanha não serão iguais, por isso desfruta cada momento, pensa num dia de cada vez, tentar viver emoções do passado pode ser frustrante por não conseguir e tentar saber as emoções de amanha pode ser uma desilusão, por isso o verdadeiramente importante é o que sente hoje e as emoções que vives hoje. Sê feliz com o que tens, e não infeliz pelo que te falta, ao fim e ao cabo se não o tens e és capaz de viver se calhar não te falta de verdade.
Vive as emoções em cada dia, desfruta-as, as emoções que vives hoje amanha não serão iguais, por isso desfruta cada momento, pensa num dia de cada vez, tentar viver emoções do passado pode ser frustrante por não conseguir e tentar saber as emoções de amanha pode ser uma desilusão, por isso o verdadeiramente importante é o que sente hoje e as emoções que vives hoje. Sê feliz com o que tens, e não infeliz pelo que te falta, ao fim e ao cabo se não o tens e és capaz de viver se calhar não te falta de verdade.
Bibliografia:
Pratas, Sónia, (2013). Aquilo que faltava saber sobre o amor. Chiado Editora
1 comentário:
Felicito-o pelo magnífico artigo sobre as Emoções. Por vezes é muito difícil controlar ou evitar este tipo de reações humanas. Claro que todos nós somos sensíveis, emocionamo-nos com mais ou menos intensidade, com maior ou menor visibilidade, mas esta faculdade que nos é inata, não deveremos ter vergonha de a exteriorizar, afinal, quem é que não se emociona. Grandes figuras mundiais, em notáveis em todos os setores de atividade humana, não tiveram qualquer vergonha em se exporem emocionalmente. Veja-se o exemplo mais recente do melhor jogador do mundo, o nosso Ronaldo que, perante centenas de milhões de telespectadores, chorou de emoção pelo prémio justo que lhe foi atribuído. Chorar, emocionar-se e manifestar sentimentos nobres, não são sinais de fraqueza, pelo contrário, revelam uma dignidade de caráter e uma humildade singular que só engrandece tais pessoas. Parabéns pela sua reflexão.
A propósito, pode consultar a minha reflexão: “Quando um Homem Chora” no site: http://www.webartigos.com/articles/57523/1/Quando-um-Homem-Chora/pagina1.html
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